Vamos registrar aqui nessa página um espaço reservado as grandes personalidades internacionais e nacionais. E começaremos por uma grande mulher, que abriu mão de seus sonhos para se tornar uma super mãe. Ela foi cantora na década de 70, gravou 2 LP's, conhecidos como vinil, casou-se com o produtor musical João Araujo, com quem teve um filho chamado Agenor de Miranda Araújo Neto, que futuramente se tornaria Cazuza, um grande cantor, compositor e poeta da musica brasileira. Vamos retratar aqui um pouco da trajetória de Lucinha Araujo.
Ela foi batizada com o nome Maria Lúcia Araújo, nasceu em Vassouras, município do estado do Rio de Janeiro aos 02 de agosto de 1936. Casou-se cedo, com aproximadamente 18 anos, quis ser uma grande cantora, lançou 2 álbuns que não emplacaram nas rádios, conseqüência de ter se tornado mãe de um único filho, que literalmente mudou sua vida, seus pensamentos, sua postura e principalmente sua visão do mundo. Lucinha em entrevista a Ronie Von no programa Todo Seu depôs sobre sua breve carreira de cantora, falou também do casamento, do filho e de sua fundação Viva Cazuza. Em um pequeno período, passou de uma simples mulher a uma super mãe, vamos rotulá-la dessa forma, afinal, essa grande mãe viu o sofrimento de seu filho. Presenciou de perto seu maior presente ser infectado por uma doença que até hoje é um tabú e incurável. Imaginem só um rapaz de classe média alta, carioca contrair o virus HIV em plena década de 80, onde o país vivia uma transição política, onde as pessoas eram totalmente tradicionais e desenformadas, pessoas que estavam se acostumando com uma tal de democracia, pois é, esse era Cazuza, filho dEssa mulher que sentiu na pele a rejeição e o preconceito, mais isso só a fez se tornar um ser humano forte e infalível. Lucinha lutou juntou com seu filho e lógico com o apoio de seu esposo o maior drama de sua vida. Usou da influência de seu esposo e também de seus recursos financeiros para viajar em busca da solução e cura da doença que a fazia perder a cada dia seu filho. Sem saber do que se tratava, foi chamada de a mãe do filho que contraiu a peste gay, nome dado a Aids no inicio de seu aparecimento no Brasil. Entre tantas viagens, hospitais e medicamentos Lucinha viu seu filho morrer em outubro de 1989. Mais foi em 1990, que ela decidiu não ter mais a depressão como amiga e através de uma casa oferecida pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, abriu a Fundação Viva Cazuza, citada acima. A Fundação é uma organização que tem como intenção proporcionar uma vida melhor à crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer.
A Sociedade Viva Cazuza foi fundada em 1990, Lucinha , amigos e médicos que decidiram dar continuidade à sua luta contra o HIV/AIDS. Entre os anos de 1990 a 1992, a Sociedade trabalhou junto ao Hospital Universitário Graffrée e Guinle, conseguindo aumentar o número de leitos destinados aos pacientes da AIDS, reformou enfermarias e berçário, forneceu remédios, exames e cestas básicas para os portadores do HIV. A Sociedade Viva Cazuza encera a cooperação com o Hospital Graffrée em 1992, e começa a operar independentemente. Em 1994, foi inaugurada a primeira Casa de Apoio Pediátrico do município do Rio de Janeiro, com imóvel sedido pelo governo do estado.
Projeto Cazuza
Projeto Cazuza, inaugurado em junho de 1997, é um espaço dentro da Sociedade Viva Cazuza que abriga o acervo do poeta e compositor Cazuza. Seu acervo inclui fotos, vídeos, matérias de jornais, todos os seus CD's e LP's, manuscritos originais, máquinas de escrever, posters e roupas usadas pelo cantor em seu último show. O Projeto Cazuza está aberto de segunda a sexta em horário comercial.
Por Jornalista Daniel Soares
Por Jornalista Daniel Soares