sexta-feira, 2 de abril de 2021

Ditadura Militar Nunca Mais

🎶...nos dias de hoje,
Não lhes dê motivo,
Porquê na verdade,
Eu te quero vivo,
Tenha paciência...🎶
Ivan Lins

Olá leitor (a), ainda estou pesquisando sobre os sequestros, assassinatos e as torturas que os militares realizaram na Ditadura Militar dos anos 1960/1970 e 1980.
O relato desta vez é da vítima Gilse Maria Westin Cosenza,
Gilse nasceu em 1943 na cidade de Paraguaçu (MG). No movimento estudantil, foi militante da Juventude Estudantil Católica (JEC), da Juventude Universitária Católica (JUC) e da Ação Popular (AP). 
Na prisão, sofreu torturas físicas, psicológicas e sexuais. 
Com a integração da AP ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), passou a militar no Partido e foi uma das responsáveis pela sua reconstrução no Ceará. 
Transferindo-se para São Paulo, assumiu a presidência da União Brasileira de Mulheres (UBM) e dirigiu a Comissão Nacional de Mulheres do PCdoB. De volta a Minas Gerais, foi presidente do PCdoB em Belo Horizonte, integrante da direção estadual do Partido e membro do Movimento Nacional Pela Anistia aos Presos Políticos e da Comissão Nacional pelo Direito à Verdade).
Teu sobrinho Ivan Consenza publicou no teu perfil da rede social (Facebook), o depoimento de Gilse na íntegra, porém, entretanto, todavia e contudo, quero que acompanhe comigo o depoimento abaixo:
Segundo Ivan no teu perfil do facebook publicou:

"Minha tia Gilse Cosenza....
Ditadura Nunca Mais!!!
DEPOIMENTO NA ÍNTEGRA:
"Fomos colocadas na solitária, onde ficamos por três meses, sendo tiradas apenas para sermos interrogadas sob tortura. Era choque elétrico, pau de arara, espancamento, telefone, tortura sexual. Eles usavam e abusavam. Só nos interrogavam totalmente nuas, juntando a dor da tortura física à humilhação da tortura sexual. Eles aproveitavam para manusear o corpo da gente, apagar ponta de cigarro nos seios. No meu caso, quando perceberam que nem a tortura física nem a tortura sexual me faziam falar, me entregaram para uns policiais que me levaram, à noite, de olhos vendados, para um posto policial afastado, no meio de uma estrada. Lá, eu fui torturada das sete da noite até o amanhecer, sem parar. Pau de arara até não conseguir respirar, choque elétrico, espancamento, manuseio sexual. Eles tinham um cassetete cheio de pontinhos que usavam para espancar os pés e as nádegas enquanto a gente estava naquela posição, de cabeça para baixo. Quando eu já estava muito arrebentada, um torturador me tirou do pau de arara. Eu não me aguentava em pé e caí no chão. Nesse momento, nessa situação, eu fui estuprada. Eu estava um trapo. Não parava em pé, e fui estuprada assim pelo sargento Leo, da Polícia Militar. De madrugada, eu percebi que o sol estava nascendo e pensei: se eu aguentar até o sol nascer, vão começar a passar carros e vai ser a minha salvação. E realmente aconteceu isso. Voltei para a solitária muito machucada. A carcereira viu que eu estava muito mal e chamou a médica da penitenciária. Eu nunca mais vou esquecer que, na hora que a médica me viu jogada lá, ela disse: ‘Poxa, menina, não podia ter inventado isso outro dia, não? Hoje é domingo e eu estava de saída com meus fi lhos para o sítio’. Depois disso, eles passavam noites inteiras me descrevendo o que iam fazer com a minha menina de quatro meses. ‘Você é muito marruda, mas vamos ver se vai continuar assim quando ela chegar Estamos cansados de trabalhar com adulto, já estudamos todas as reações, mas nunca trabalhamos com uma criança de quatro meses. Vamos colocá-la numa banheirinha de gelo e você vai ficar algemada marcando num relógio quanto tempo ela leva para virar um picolé. Mas não pense que vamos matá-la assim fácil, não. Vocês vão contribuir para o progresso da ciência: vamos estudar as reações, ver qual vai ser a reação dela no pau de arara, com quatro meses. E quanto ao choque elétrico, vamos experimentar colocando os eletrodos no ouvido: será que os miolos dela vão derreter ou vão torrar? Não vamos matá-la, vamos quebrar todos os ossinhos, acabar com o cérebro dela, transformá-la num monstrinho. Não vamos matar você também não. Vamos entregar o monstrinho para você para saber que foi você a culpada por ela ter se transformado nisso’. Depois disso, me jogavam na solitária. Eu quase enlouqueci. Um dia, eles me levaram para uma sala, me algemaram numa cadeira e, na mesa que estava na minha frente, tinha uma banheirinha de plástico de dar banho em criança, cheia de pedras de gelo. Havia o cavalete de pau de arara, a máquina do choque, e tinha uma mamadeira com leite em cima da mesa e um relógio na frente. Eles disseram: ‘Pegamos sua menina,ela já vai chegar e vamos ver se você é comunista marruda mesmo’. Me deixaram lá, olhando para os instrumentos de tortura, e, de vez em quando, passava um torturador falando: ‘Ela já está chegando’. E repetia algumas das coisas que iam fazer com ela. O tempo foi passando e eles repetindo que a menina estava chegando. Isso durou horas e horas. Depois de um tempo, eu percebi que tinham passado muitas horas e que era blefe!"

Bom, eu não sei você caro (a) leitor (a), mas, confesso que eu deixei, toda minha parcialidade de lado e mais uma vez, me emocionei com tanta barbárie!
Há jovens hoje em dia, até mesmo, pessoas que viveram na época dos anos de chumbo (nome dado a ditadura na ocasião), que duvide de que realmente ocorreu tamanha atrocidade, crimes e arbitrariedades com cidadãs (os), estudantes, profissionais da época. 
Sobretudo e graças a Comissão da Verdade, tais crimes foram e ainda são desvendados.

Não podemos acreditar em intervenção militar, Estado de sítio, em palavras bonitas e acima de tudo, frases com nome santo, garantindo um belo futuro.

O tal presidente atual, Jair Bolsonaro, criou um discurso de ódio, para teus eleitores, transparecendo que ele seria um bom Presidente da República Federativa do Brasil 🇧🇷, no entanto, ele criou uma política pública sem sentido, cheia de mentira, ódio e acima de tudo, políticas públicas favoráveis aos teus aliados.
Hoje, século XXI, dois (2) de abril de 2021, o Brasil 🇧🇷 mudou, transformou-se no país número 1 (um) em número de mortos pela covid19, famílias perdidas, a fome voltou, o desemprego impera, pais de família, sem poder abraçar teus filhos e visitar teus netos, bisnetos.
Jovens sem Educação e aprendizado profissional.
As escolas estão fechadas.
Profissionais da saúde pública morrendo, desavença familiar, feminicídio, IstoÉ, maridos matando tuas esposas, a corrupção intrínseca atualmente, falsa enfermeira cobrando por vacina falsa contra a covid19, gastos públicos exacerbado com supérfluos para o Jair Bolsonaro, teus filhos e aliados.

O Brasil 🇧🇷 não é mais o mesmo, por causa das máscaras obrigatórias, não se vê sorrisos, pelo contrário, o que vemos, são brasileiros de cabeça baixa, sem perspectiva de vida, clamando para que tudo isto acabe logo.

Daqui alguns anos, haverá de certa forma, um esquecimento de tudo que está acontecendo, ocorrendo, no entanto, de boa valia me serviu, estudar e me tornar um comunicador social, ou seja, um Jornalista Profissional, para que pudesse deixar registrado tais acontecimentos.

Concluindo, deixarei o link do Ivan Consenza, caso, queira caro (a) leitor (a), acompanhar o depoimento de tua tia Gilse Consenza, vítima da Ditadura Militar do Brasil 🇧🇷 nos anos 1960/1970 e 1989.

Pela atenção obrigado.
Atenciosamente,
Jornalista Profissional Daniel Soares ✍🏾

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