sábado, 28 de agosto de 2021

Sábado, 28 de agosto de 2021

Parece jornalismo, mas é publicidade paga
Ruralistas pagam jornais para publicar propaganda disfarçada de jornalismo.

Você certamente viu as imagens emocionantes. Neste momento, em Brasília, milhares de indígenas de 170 etnias estão em vigília esperando a votação do Supremo Tribunal Federal que decidirá sobre o futuro de suas terras. Em jogo está a tese do “marco temporal”, que determina que etnias só podem reivindicar demarcação das terras em que já estivessem fisicamente na data da promulgação da Constituição de 1988.
 
Povos originários se opõem à tese por uma razão óbvia. Perseguidas, massacradas e expulsas, muitas etnias não estavam em seus territórios originais em 1988 porque foram arrancadas deles. Outra foram arrancadas inclusive depois, por grileiros e garimpeiros. Que sentido faz o marco temporal diante disso? Todo, mas só para os grileiros, garimpeiros e ruralistas.
 
Os ruralistas, com um forte apoio dos deputados e senadores da Frente Parlamentar de Agricultura, defendem que, se o STF derrubar a tese pré-88, haverá um caos nas demarcações e eles perderão milhões e milhões de hectares de suas terras para os povos indígenas. Jair Bolsonaro concordou: disse que, caso o marco temporal seja rejeitado, o agronegócio 'pode acabar' e o Brasil pode ter que importar alimentos. Para o presidente, é uma "política que vem de fora para inviabilizar o agronegócio". 
 
O mesmo discurso de caos e medo foi replicado com destaque nas páginas do Estadão. "Julgamento do STF pode afetar propriedades de todo o Brasil", estampou a manchete em uma página dupla no primeiro caderno da edição de domingo, 22. 
 
Nas páginas, infográficos mostravam os "milhões de hectares" que estavam em risco. Outro texto afirmava que as novas demarcações teriam impacto negativo de R$ 1,95 bilhão só no Mato Grosso e uma entrevista de Aldo Rebelo levava o leitor para uma suposta motivação oculta por trás do julgamento. "Demarcações de novas áreas atendem a interesses de ONGs e associados", diz a manchete. Na entrevista, Rebelo chega a sugerir que a rejeição ao marco temporal poderia fazer com que "qualquer descendente do Cacique Tibiriçá e da Índia Bartira" reivindicassem a demarcação da área da cidade de São Paulo "sob muitos pretextos".
 
Embora diagramada como uma página de jornal, a página dupla trazia o selo “Estadão Blue Studio” – o que significa que é um publieditorial, ou seja, publicidade disfarçada de jornalismo. Os preços dos anúncios do Estadão Blue Studio não são públicos, mas dá para ter uma ideia do valor gasto: uma página inteira no primeiro caderno do Estadão, segundo a tabela de 2021, custa R$ 630 mil. Multiplique isso por dois. Some o valor da publicidade customizada. Como os artigos – ou melhor, propagandas – também estão disponíveis na internet, esse valor pode ultrapassar facilmente R$ 1 milhão.
 
Quem assinou o anúncio foi a Agrosaber, uma plataforma que afirma ter sido criada para "desmistificar fake news ligadas à produção e consumo de alimentos" com base em ciência. Mas não é uma agência de checagem qualquer: foi uma campanha bancada por associações de produtores de algodão, soja e agrotóxicos para defender os interesses do agronegócio nos debates sobre o PL do Veneno, reivindicação antiga da bancada ruralista para flexibilizar a venda de defensivos agrícolas.
 
Uma reportagem do De Olho Nos Ruralistas já mostrou que quem financia a Agrosaber são as mesmas associações que bancam a Frente Parlamentar de Agropecuária. São entidades de produtores como a Abrapa, de algodão, Aprosoja, de soja, e Abrass, de sementes. Elas custeiam o Instituto Pensar Agro, uma instituição discreta que presta suporte técnico – e envia recursos – à FPA. Quase todas essas entidades são ligadas a grandes empresas, inclusive multinacionais: Bayer, Basf, BRF, JBS, Bunge, Syngenta e Cargill estão na lista.
 
(O relacionamento das megacorporações com os ruralistas brasileiros é notório: aqui, em 2018, mostramos os negócios da Bunge e da Coca-cola com os parlamentares.)
 
Por trás da Agrosaber, segundo seu site, ainda há a Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil, que se autointitula "a maior companhia de registro de defensivos agrícolas genéricos do país". Mas nada disso está claro no anúncio do Estadão: tudo o que aparece são as mensagens alarmistas e o inofensivo logotipo da Agrosaber. As mensagens alarmistas, aliás, levam a um raciocínio falso. O Instituto Socioambiental põe as coisas no devido lugar: “Mais de 98% da extensão das terras indígenas fica na Amazônia Legal, muitas vezes em locais remotos e sem aptidão para a agropecuária extensiva. E apenas 0,6% do resto do Brasil é ocupado por indígenas. A principal demanda por demarcações está fora da região amazônica.”
 
Já mostramos no Intercept como, às vésperas de um outro julgamento no STF sobre quebra de patentes, lobistas também usaram a mídia para convencer os leitores a tomarem partido em propagandas disfarçadas de jornalismo. 
 
O mecanismo foi parecido. São intermediários – associações, institutos e escritórios de advocacia – assinando as propagandas. Assim, disfarçam suas ligações diretas com as indústrias interessadas nos resultados do julgamento. A linguagem também é semelhante: o medo. As milionárias manchetes alarmistas, em posição de destaque em um jornal de credibilidade, ajudam a movimentar a opinião pública. É ameaça à economia, é o fim da inovação, são as propriedades em risco. 
 
Na época do julgamento de patentes, o ministro Dias Toffoli se manifestou de forma dura contra os anúncios disfarçados de jornalismo. “Se isso vira moda, daqui a pouco vão colocar ataques a decisões no jornal, no rádio, na televisão. Isso é deslealdade com outros advogados e outras partes, pois manifestações têm que ocorrer nos autos”, ele afirmou. "É má-fé processual, é deslealdade processual".
 
Parece que não adintou, virou moda. Até agora, nenhum ministro se manifestou sobre os anúncios pró-agronegócio. O julgamento só deve ser retomado no dia 1º de setembro. Enquanto isso, indígenas seguem em Brasília, esperando. Vamos ver que anúncios-surpresa nos trarão os jornais neste domingo.
Por Tatiana Dias
#TheInterceptBrasil

sábado, 14 de agosto de 2021

Dia 14 de Agosto

🎶...não dá mais pra esperar, não dá mais pra seguir,
Tanto faz norte, sul, a verdade está aí;
É preciso salvar, o planeta azul... #Trecho da canção Planeta Azul, se não me falhe a memória, canção escrita por Pepeu Gomes e Baby Consuelo.

Olá caro (a) leitor (a), hoje é dia 14 de agosto de 2021, sábado, dia de comemorar e agradecer a natureza e preservar o meio ambiente.

Já faz tempo que estou concientizado sobre minhas ações em relação ao meio ambiente, reduzi produção de lixo, não uso sacolas plásticas, não acumulo roupas, objetos e/ou cometo ações que poluam, como uso de desodorante aerosol, lâmpadas, produtos químicos, desperdício de água, energia, enfim, e você caro (a) leitor (a), o que faz para diminuir os impactos de poluição no meio ambiente?

Se não faz nada leitor (a), a hora é agora, neste sábado, 14 de agosto, comemoramos o Dia do Lixo Zero, IstoÉ, dia de conscientizar as pessoas em relação ao consumo e a responsabilidade pelos resíduos do lixo.
Em algumas cidades tiveram Oficinas de Compostagem, os participantes aprenderão a fazer uma composteira e como compostar resíduos orgânicos. 

No entanto, não podemos limitar o dia de hoje como único e sim, informar e orientar durante toda a Semana Lixo Zero e convidar à sociedade para a reflexão sobre o consumo e a responsabilidade pelos resíduos.
Durante toda semana você caro (a) leitor (a) e eu, devemos procurar ações como: Reuniões, Campanhas, Seminários, Fóruns, Congressos, Mostras, caminhadas, peladas, limpezas, workshops, etc, sobre conscientização de como lidar com nosso lixo? 
E ae caro (a) leitor (a), você produz muito lixo, e se produz dá um lugar certo para ele? O que faz com teu lixo orgânico e o teu lixo reciclável?

Sabia que você pode cobrar da secretaria do meio ambiente da tua cidade, como descartar teu lixo?
Entre em contato e obtenha informações sobre como descartar teu lixo e sobre o que é uma composteira.
Pergunte se a secretaria  oferece mudas de plantas alimentícias, biofertilizante?
Procure programação virtual, se haverá live?
Enfim, vamos conhecer melhor sobre a comemoração do dia 14 de Agosto e tudo sobre sustentabilidade. 

Procure local que recolha óleo usado, tampinhas e lacres de plásticos, plásticos, sacolas plásticas, pilhas, produtos tecnológicos como baterias 🔋, carregador de celular, computador, CPU, enfim, apóie instituições assistenciais, empreendimentos comunitários com uma proposta de economia solidária, enfim, vamos nos envolver com causas que nos permita ter meio ambiente por toda vida!

 Viva a natureza!

Tchau 👋🏼 leitor (a)

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Nos tempos do imperador...✍🏼

🎶...no presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais

...     você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem novo
Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer...🎶
Escrito por Antônio Carlos Belchior, conhecido como: #Belchior 

"... Eu não tenho culpa de ter nascido branco de olho azul..." Fala do então presidente Jair Bolsonaro. ( Eu, confesso, que enxergo Bolsonaro como Mameluco, caboclo, e você leitor (a), também?)

Olá caro (a) leitor (a), começou mais uma repetitiva novela da Rede Globo, repetitiva, pois, contará mais uma vez a história do Brasil 🇧🇷 de meados de 1800, os tempos do imperador Dom Pedro II, 
O Brasil 🇧🇷 da escravidão, da corrupção, tempos em que começou o jeitinho brasileiro 🇧🇷 que estamos tentando mudar desde 1985, aliás, desde a constituição de 1988, mas, não estamos conseguindo, embora, esteja chegando uma nova geração que convenhamos: É inteligente e cheia de vontade de mudar o Brasil.
Até queimaram a estátua do Borba Gato, o escravagista que escravizava índios (as) e africanos (as).
Sem dúvida é necessário que começamos a história do Brasil 🇧🇷, sobretudo é mais necessário que não só conheçamos, mas, que mudamos também.
Infelizmente é intrínseca na cultura, na educação brasileira 🇧🇷 os:
✅Racismo, 
✅ Machismo
✅ Xenófobo
✅ Preconceitos 
Naturalizados e que na maioria das vezes é tratado como piadas na conversa cotidiana, ou seja, no dia a dia:
E ae neguinho!
Fala macaco!
E aquela mulata lá, será se ela é gostosa?
Poxa , se ela fosse branca, casava com ela!
Pow, você tá cobrando uma grana preta!
Mano, você tá ligado que você tem o pé na senzala né?
E esse cabelo duro ae, não entra nem água né?
Mais eu não sou racista, eu tenho até parentes pretos!
Mais você não é Negro, você é pardo!

Bom, estas, são algumas das frases que já ouvi, ou que tenho certeza que você leitor(a), já ouviu!

Infelizmente, não são só essas frases, existem mais, no entanto, temos a LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.
 Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
Mesmo assim, ainda presenciamos atitudes racistas no dia a dia, aparentemente, neste atual desgoverno do negacionista Jair Bolsonaro, neste desgoverno, a impressão é de que ficou mais evidente o Racismo, a xenofobia, e todos os tipos de preconceitos que uma nação miscigenada como o Brasil têm!

Não podemos achar engraçado e aceitar atitudes racistas, sobretudo, é nosso dever se impor e intervir.
Óbvio que  todos nós somos racistas, afinal, este preconceito, como escrevi anteriormente, foi naturalizado na nossa cultura, através da cultura, música, filmes, tele-novelas, enfim, porém, chegou a hora de nós percebemos, assumirmos e não ter tais atitudes, tais preconceitos!

Confesso, caro (a) leitor (a) que muitas vezes eu tento intervir nas atitudes preconceituosas que vejo, porém, eu acabo falando demais, mais, eu sempre me desculpo, mas, eu estou melhorando, até porquê, as vezes vezes eu falo, mas, muitas pessoas agem de maneira racista, que pra mim é pior, segundo a filósofa Djamila Ribeiro, é o Racismo velado, aquele que é acionado por atitudes de pessoas ignorantes, no sentido, de desconhecer o que seja Racismo, afinal, existe também, segundo a filósofa Djamila Ribeiro, o colorismo, ou seja, a cor da pele é motivo de falas e ações racistas, e quanto mais escura for a pele, mais, Racismo o dono da pele vai sofrer.
Infelizmente, devemos nos acalmar na presença de atitudes e falas racistas, no entanto, não podemos nos submeter e aceitar, pelo contrário, devemos educadamente, Isto mesmo, EDUCADAMENTE, explicar o que está acontecendo!

É muito difícil ainda em pleno século XXI, ter que explicar, nos cansa, ter que explicar o Racismo, porém, é necessário, afinal, nossa educação é muito atrasada.
Nossos Professores precisam ampliar debates e informar sobre o sangue e não a cor, afinal, podemos ter a pele clara, mas, o sangue é de afro-brasileiros (as) , todos temos na ancestralidade africanos (as) como família!

pode acreditar caro (a) leitor (a), 
O Chico Buarque é afro-brasileiro, eu sou afro-brasileiro e tenho a mais óbvia convicção de que você caro (a) leitor (a), também é!

Ser pardo é ser afro-brasileiro, ser brasileiro é dever perdão a espiritos Áfricanos, almas africanas, inocentes, mortos de maneira torpi, vil, nos tempos do imperador.
Toda a construção do Brasil 🇧🇷 foi através de sangue inocente derramado de africanos e africanas inocentes, escravizados.
Devemos nos concientizar sobre as centenas, milhares de assassinatos de homens e mulheres, africanos e africanas, índios e índias nós primórdios, no tempo do imperador.

Sejemos inteligentes e capazes de reconhecer nosso erro, e tendo a vontade de aceitar que somos racistas e que vamos deixar de ser!

Se respeite e assim respeitará o próximo!
Se aceite e assim aceitará o próximo!

Não zombe, não use de maneira perjorativa palavras e ações Preconceituosas.
Pense antes de agir!
Peça desculpas e debata assim, entenderá que os culpados são os preconceitos e não.as vítimas!

Viva Zumbi dos Palmares e abaixo Borba Gato!

Concluindo, para os que gostam de teledramaturgia, a novela contará a história do Brasil 🇧🇷 do final dos anos 1800 e incio de 1900, se você além de gostar de teledramaturgia, gostar de se emocionar, se prepare!
Eu mesmo já chorei nos primeiros capítulos com as cenas e principalmente com a trilha sonora.

Para os conhecedores da música popular brasileira 🇧🇷, nomes como:
Milton Nascimento,
Ney Matogrosso
Elis Regina
Belchior
Entre outros, farão a trilha sonora de cenas que arrepiam de tão verídica que possa parecer!

Aos que não gostam de ver toda tragédia dos tempos do imperador, que não assista, mas, que aprenda a não ser racista e que se comova ao enxergar no teu corpo a ancestralidade africana no teu corpo, sentindo então, orgulho, poder em ser afro-brasileiro (a) 🇧🇷.

#MamaAfrica 

Problematizando, não podemos esquecer de discutir, politizar assuntos importantes não só como o Racismo, mas, 
O Machismo
A Xenofobia
E preconceitos religiosos e de gênero!

Até breve caro (a) leitor (a).
👋🏼

Pela atenção obrigado.
Atenciosamente Jornalista Profissional Daniel Soares ✍🏼!




terça-feira, 20 de julho de 2021

Comportamento Geral

🎶You should note that there is no more tutu (money),

And say you're not worried

You must fight for the xepa (food) of the fair

And say you're rewarded

You must always display an air of joy

And say: everything has improved

You must pray for the good of the boss

And forget that you are unemployed

You deserve

everything goes well, everything is cool
Beer, samba and tomorrow, Mr. Zé
If your carnival ends


You must learn to bow your head
And always say thank you very much

These are words that still let you say

for being a well-disciplined man

It must therefore only do for the good of the nation

whatever is ordered

To win a fusion (car) at doomsday

And well-behaved diploma

You deserve

everything goes well, everything is cool
Beer, samba and tomorrow Mr Zé
If your carnival ends

you you deserve

everything goes well, everything is cool
And a fusion (car) at the doomsday
You deserve
And well-behaved diploma
You deserve

forget you are unemployed
You deserve
You...
everything goes well, everything is cool
How wonderful.🎶

Composers: Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
📸 do #Google imagens

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Criança 👼🏼

🎶... bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão...🎶
#MiltonNascimento 

E ai caro (a) leitor (a), tudo bem, como estão tuas crianças? Estão estudando? Como estão vivendo a esta Pandemia da Covid19?
Hoje é dia 14/07/2021, 20h52m, quarta-feira, portanto, boa noite leitor (a).
Na tarde de hoje, aproximadamente, 16h36m, presenciei uma avó agredir fisicamente, tapas fortes no teu neto de aproximadamente 4 anos de idade.
Se te interessa saber, escrevi sobre no blog: jornalistadanielmacedo.wordpress.com , acessa lá depois caro (a) leitor (a) para ter mais informações sobre a agressão e os serviços do Conselho Tutelar.
Três de cada quatro crianças com menos de 2 anos têm fotos on-line, segundo um estudo da empresa de segurança digital AVG com dados de cidadãos de 10 países (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Austrália, Nova Zelândia e Japão). 

A emoção de ser pai ou mãe é uma das causas por trás dessa compulsão, a versão atualizada dos retratinhos guardados na carteira. 

Em média, os pais de crianças menores de 6 anos publicam 2,1 informações por semana sobre elas, segundo um estudo com informação de 1.300 pais norte-americanos do aplicativo Local Babysitter. 

Dos 6 aos 13 há uma queda na corujice: 1,9 informação por semana. 

Quando o(a) adolescente completa 14 anos, o ímpeto se reduz a menos de uma menção por semana (0,8). 

Na Espanha, segundo a AVG, os pais são os mais preocupados com as futuras consequências para seus filhos da enorme quantidade de informação on-line que proporcionam a respeito deles (avaliam seu grau de preocupação em 3,9 sobre 5). 

Esta preocupação possivelmente tenha sido reforçada quando se soube que Mark Zuckerberg – o homem que mais fez para compartilharmos como compartilhamos – considera que o futuro, em vez de aberto, como sustentava até agora, será privado.

Enquanto o setor da comunicação se vê obrigado a proteger a identidade dos menores que saem em suas páginas, a publicação maciça de imagens sem filtro de crianças nas redes sociais transformou a proteção em ironia. 

O fenômeno é tamanho que deu origem a um novo termo: sharenting, a soma de share (compartilhar) e parenting (criação). 

Em 2015, dois holandeses lançaram no mercado a marca Koppie Koppie, uma loja on-line de canecas com fotos de crianças publicadas da rede, como forma de apontar o problema. 

Mas a primeira pessoa a escrever um estudo detalhado sobre esse difundido fenômeno foi a advogada Stacey Steinberg, que em 2016 publicou o relatório intitulado Sharenting, com o subtítulo de “a privacidade das crianças na era das redes sociais”. 

A advogada Stacey Steinbergde, que também é professora de Direito da Universidade da Flórida, e mãe, estudou em profundidade as implicações desse hábito planetário instalado há mais de uma década. 

Os pais são, por um lado, “os guardiões da informação pessoal de seus filhos e, por outro, os narradores da sua vida”, escreve Steinberg. 

Ao narrar, compartilhamos informação sobre os filhos ao mesmo tempo em que os privamos do direito a fazê-lo eles mesmos em seus próprios termos. 
E isso é uma fonte potencial de dano à qual prestamos pouca atenção.

Os riscos aos quais os menores se veem submetidos são vários. 

Para começar, facilitamos que criminosos e pervertidos os localizem fisicamente. 

Mas há também outros riscos de origem digital. Se alguém capturar uma imagem ou um vídeo de um menor, pode simular que este sofre algum tipo de ameaça e exigir um resgate. 

Também pode suplantar sua identidade nas redes, como já aconteceu com várias influencers. Se, além disso, ao anunciar o nascimento de um bebê acrescentamos a data (coisa que muitos pais fazem), poderíamos estar propiciando o roubo de sua identidade. 

Para não falar do ciberbullying que poderemos causar ao postar uma foto ridícula do nosso filho (calcula-se que 59% dos menores tenham passado por isso em 2018, segundo o instituto Pew Research).

Mas há outra consequência mais óbvia que tampouco costumamos levar em conta: a opinião do menor. 

Na opinião de 58% dos pais norte-americanos que compartilham fotos, não há nada de errado em postar sem o consentimento dos filhos, segundo a empresa de segurança McAfee. 

E 40% acreditam que a foto poderia acabar envergonhando a criança, mas que esta não se importará, ou acabará superando. Entretanto, o que se está comprovando é justamente o contrário: que muitos não gostam do uso que seus pais fazem de sua imagem. Assim se manifestou a filha da atriz Gwyneth Paltrow quando esta publicou uma imagem de ambas em que a menina usava óculos de esqui que cobriam seu rosto: “Mamãe, já falamos disso. 

Você não pode publicar minhas fotos sem meu consentimento”, queixava-se Apple. Ao que Paltrow respondeu: “Mas se nem dá para ver a sua cara!”.

 Deveríamos então pedir autorização dos nossos filhos cada vez que publicamos uma foto deles? 

Disto tratava o debate mantido em outubro do ano passado por várias influencers espanholas – incluindo Lidia Bedman, mulher do líder ultradireitista Santiago Abascal, e a celebridade televisiva Jennifer Ortiz, entre outras –, mães e famosas que, além disso, recebem dinheiro para exibir e se exibir. 

Ortiz resumia o dilema durante o debate da seguinte forma: “Amanhã, quando meu filho me perguntar sobre as fotos que publiquei dele, direi: "Filho, talvez tenha feito isso por egoísmo, achando que eram fotos bonitas e que não iriam lhe fazer mal’. 

Então, nesse momento lhe pedirei perdão e lhe darei um cartão [de crédito] com seu dinheiro”.

Pouco a pouco vão surgindo casos pontuais de menores que denunciam judicialmente seus pais na Itália, França e Estados Unidos. 

Na França, as autoridades podem impor multas de até 45.000 (191.700 reais) mais um ano da prisão para quem publicar fotos íntimas dos filhos sem sua permissão. 
“Na Espanha não conheço nenhum caso ainda”, afirma Samuel Parra, advogado especializado em temas tecnológicos.
 “O mais habitual é que um dos pais denuncie o outro por postar fotos sem seu consentimento, como aconteceu com [o cantor David] Bisbal, que denunciou sua ex-mulher, Elena Tablada, por publicar imagens da filha deles nas redes sociais. Se o pai denunciado não retira as fotos, aí vêm os problemas.”

“Há uma realidade”, opina Laura Baena, publicitária e criadora do site Malasmadres. “As fotos de crianças bombam. Postamos as imagens porque tocam nossa parte emocional, ou realmente estamos mercantilizando as crianças?”

Podemos esperar que as próprias redes ponham freio à nossa loquacidade? Nathan Freitas, do Centro Berkman Klein para a Internet e a Sociedade, da Universidade Harvard, acha que seria ingênuo esperar isso. “Não seria nada difícil criar um botão muito grande e claro que dissesse: ‘Compartilhar APENAS com meus familiares diretos’. 
Mas se isso significa faturar, podemos esquecer”. E os tribunais poderiam frear os pais? O habitual é que sejam reticentes em priorizar o direito à privacidade dos menores perante sua própria família. Supõe-se que os pais são os melhores guardiões da privacidade de seus filhos, e quando não são os juízes geralmente aceitam que os pais fazem o melhor para estes.

Stacey fecha seu texto com várias recomendações aos pais interessados em proteger seus filhos: familiarizar-se as políticas de privacidade das redes em que postam fotos; criar alertas que avisem quando o nome de seu filho sair em algum resultado de busca no Google; cogitar não revelar a identidade da criança na hora de contar algo; pedir permissão a elas antes de compartilhar uma informação a seu respeito; nunca publicar fotos delas com pouca roupa; e, finalmente, considerar se essa informação que você está cogitando compartilhar pode ter algum efeito sobre o bem-estar e o desenvolvimento psicológico do pequeno.
 CARMEN PÉREZ-LANZAC
09 JUL 2019 - 12:57 BRST (fonte: Ele País).
Adaptação Jornalista Profissional Daniel Soares ✍🏼.


Exposição dos filhos nas redes sociais exige limites e cuidados
Para Luciana Carla dos Santos Elias, são necessários limites e cuidados na hora de compartilhar fotos e vídeos da rotina dos pequenos, além de refletir sobre os perigos e o respeito à individualidade das crianças...

Para a psicóloga e professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Luciana Carla dos Santos Elias, são necessários limites e cuidados na hora de compartilhar fotos e vídeos da rotina dos pequenos. “É claro que dividir os momentos prazerosos e o desenvolvimento dos filhos com amigos e familiares pelas redes sociais é normal e tem um sentido em ser feito, porém, quando os pais começam a compartilhar esses conteúdos com centenas de pessoas desconhecidas, é preciso refletir sobre os perigos e também sobre o respeito à individualidade de suas crianças.”

Além da exposição feita pela família, é muito frequente que, ao longo do crescimento, as próprias crianças queiram ter redes sociais e até mesmo canais no YouTube. Luciana diz que muitas vezes isso acontece por conta da influência dos pais e que é preciso acompanhar o acesso e as atividades dos pequenos na internet. “As crianças que crescem em famílias que expõem fotos e vídeos, a todo momento, para centenas de pessoas, tendem a achar esse tipo de comportamento muito natural e, em determinado momento, vão buscar terem suas próprias mídias”, conta. Fato que, segundo a professora, exigirá ainda mais atenção e cuidados dos pais. O acesso das crianças às redes sociais para conversar com os amigos da escola e familiares “é completamente normal e esperado, entretanto, a família deve monitorar e proteger seus filhos sempre”, enfatiza Luciana.

A exposição das crianças nas redes sociais também pede cuidados com a saúde mental e a autoestima dos pequenos. “Existe o mundo ideal e o mundo real. Muitas vezes a internet apresenta uma vida perfeita e inalcançável, que pode impactar diretamente na autoestima e percepção de mundo das crianças e adolescentes, portanto, o diálogo, a mediação e o estabelecimento de limites pelos responsáveis é imprescindível.”

Por Flavia Coltri do Jornal da Universidade de São Paulo (USP).
Adaptação Jornalista Profissional Daniel Soares.


O perigo da exposição dos filhos nas redes sociais

Fotos, vídeos, morphing, sexting, pedoflia: os riscos das publicações infantis.

É comum para os pais de todo o Brasil registrar cada momento da infância de suas crianças. Fotos, vídeos, cartas, tudo vira um maravilhoso instrumento de recordação.

Outro cenário comum é a própria criança ou adolescente com perfil próprio, postando tudo a cada segundo para milhares de pessoas verem.

Embora inofensivos os cenários acima, esses simples atos do cotidiano podem sujeitar seus filhos a perigos de diversas espécies.

Fotos íntimas e pedofilia

De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.

De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), a pedofilia está entre os crimes mais praticados na internet. A publicação de fotos com pouca roupa preocupa as autoridades:

"Fotos íntimas de crianças, ou nas quais aparecem sem camisa ou tomando banho, por exemplo, atraem a atenção de pessoas mal intencionadas", diz a advogada Isabela Guimarães Del Monde, especialista em Direito Digital e sócia diretora do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados.

Infelizmente nos últimos anos os crimes sexuais envolvendo menores aumentaram consideravelmente, Infelizmente nos últimos anos os crimes sexuais envolvendo menores aumentaram consideravelmente, muito em parte pela facilidade de disseminação de fotos e vídeos envolvendo crianças e adolescentes.

Expor uma criança em fotos com pouca roupa, além de atrair pedófilos pode causar um constrangimento no futuro, para o próprio filho.

Como as crianças não podem escolher o que será publicado sobre elas, cabe aos pais garantir o respeito e a segurança delas, como consequência do Poder Familiar (art. 1.630 do Código Civil) e da Proteção Integral do Menor prevista nas disposições preliminares do Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 1ºa 6º do ECA).

Morphing

Trata-se de uma prática recente, nascida nos EUA, segundo a qual algumas pessoas copiam fotos tiradas da internet e fazem uma montagem fotográficacom uma foto pornográfica, por exemplo.

Tais casos não são tão noticiados principalmente porque essas imagens não circulam na superfície da internet, mas sim na chamada "Deep Web", a camada da internet que não pode ser acessada através de uma simples "googlada", pois é oculta e possui um acesso muito mais restrito, com grande conteúdo ilícito.

Check-in's

O ato de fazer "check-in" nas redes sociais, confirmando os locais que determinada criança frequenta pode sujeitá-la a outros crimes, como roubo (art. 157 do Código Penal), ou até mesmo extorsão mediante sequestro (art. 159 do Código Penal), principalmente se forem seguidos de fotos que retratem um alto padrão de vida, com acessórios de luxo como celulares, tablets, etc.


Viralização

O grande problema da era digital é a facilidade de disseminação do conteúdo. Em poucas, uma imagem pode ser acessada, curtida, compartilhada por diversos meios milhares de vezes.

Foi graças a viralização de conteúdo virtual que trouxe à tona a cantora mirim "MC Melody", que graças aos seus vídeos no Youtube e postagens no Facebook obteve um sucesso repentino na mídia nacional.

A viralização das postagens feitas por ela, e por seu pai "Mc Belinho" trouxeram o tema à discussão, que envolve também a exposição sexual precoce que a garota sofreu, sendo precoce que a garota sofreu, sendo inclusive objeto de investigação do Ministério Público.

Medidas Legais

Mesmo os pais sendo responsáveis, devendo limitar a exposição de seus filhos na rede, muitas vezes acontece de amigos ou parentes divulgarem imagens sem que haja autorização. O ideal seria que sempre houvesse uma consulta prévia para saber se os pais se incomodam ou não que determinada foto seja divulgada, o que não costuma acontecer.

Em casos mais sérios, é completamente
legítima a demanda judicial para

proibir a publicação de fotos sem legítima a demanda judicial para proibir a publicação de fotos sem autorização, em prol da proteção da própria imagem da criança.

O Artigo 5º, X da Constituição Federal é uma regra de preservação da imagem que, em consonância com os art. 12 e 20 do Código Civil, estabelecem a possibilidade de proibição de divulgação da imagem, como medida protetiva ante os riscos da exposição da imagem infantil.

Processualmente, a tutela inibitória tem sido um meio utilizado nesses casos. O Novo Código de Processo Civil diz:

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.

Chama atenção ainda o fato de que, nos moldes da redação acima, uma eventual postagem sobre uma criança sem autorização dos pais, admite a 
concessão específica da tutela independentemente de dano, culpa ou dolo.

Precedente - "Sexting"

Outro dos perigos das redes sociais, mas agora voltado para os adolescentes é o sexting, termo inglês formado pela união de "sex" (sexo) e "texting" (envio de mensagens), conhecido atualmente pelos jovens como "nudes".

Para praticar o "sexting", meninos e meninas produzem e enviam fotos sensuais de seus corpos nus ou seminus usando celulares, câmeras fotográficas, contas de e-mail, salas de bate-papo, comunicadores fotográficas, contas de e-mail, salas de bate-papo, comunicadores instantâneos e sites de relacionamentos, como bem destacado neste artigo por Glaucio Ferreira e Alex Gouvea.

Um caso curioso que não envolve rede social mas sim uma sala de bate-papo existe no Judiciário Paulista.

No caso, uma garota de 12 anos postou fotos nuas que geraram graves consequências para a garota, inclusive escolares.

Os pais da garota ingressaram com ação contra a provedora de internet, Terra Network Brasil S. A. E contra o criador de weblogger que hospeda, Lear Web Solution Consultoria e Informática Ltda, para que cessassem a veiculação de imagens da menor pela internet, bem como comentários a seu respeito. O juiz ordenou que cessassem as veiculações de imagens e comentários sobre as fotos e a menina, fixando multa diária de R$ 10.000,00, em caso de não cumprimento. Terra Networks Brasil S. A. Agravou da decisão, tendo a 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo negado provimento ao recurso

Internet e direito de intimidade [art. 5°, V e X, da CF, e 12, do CC, de 2002]

Tutela antecipada emitida para que o provedor de acesso à Internet e o proprietário do site criado para "bate-papo" [chafj concretizem medidas efetivas para retirada de nu fotográfico de para retirada de nu fotográfico de jovem de doze anos de idade, sob pena de multa e conversão em indenização por perdas e danos [art. 461, § 20, do CPC] - Provocação de ilegitimidade passiva ad causam do provedor infundada - Não provimento. [TJSP. Agravo de Instrumento nº 381.078-4/0. 4ª Câm. Dir. Priv, ac. De 7 abr. 2005, Rel. Des. Enio Zuliani. Disponível em <http://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo. do?
cdAcordao=2100341&vlCaptcha-qsnfj

Direito Comparado - Portugal

Não só no Brasil há a preocupação com a exposição infantil. A justiça de Portugal possui entendimento semelhante, conforme no julgado a  seguir do Tribunal da Relação de Évora, que proibiu os próprios pais de exporem fotos da filha de 12 anos nas redes sociais:

"A imposição aos pais do dever de «abster-se de divulgar fotografias ou informações que permitam identificar a filha nas redes sociais» mostra-se adequada e proporcional à salvaguarda do direito à reserva da intimidade da vida privada e da protecção dos dados pessoais e, sobretudo, da segurança da menor no Ciberespaço. [Proc.° N.° 789/13.7TMSTB-B. E1 (Apelação - 2ª Secção - Julgado em 25/06/2015]

Ante todas essas razões, é claro que jamais deve-se cogitar não registrar nada de um filho. Como disse no início da narrativa, é um momento maravilhoso e especial na vida de cada um que já teve a dádiva em ser pai, não obstante, no melhor papel de pai/mãe que nos cabe, é prudente ter todo o cuidado do mundo.

Referências
David Cury Júnir - A PROTEÇÃO JURÍDICA DA IMAGEM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/do wnload/teste/arqs/cp011640.pdf>
Gláucio Ferreira Maciel Gonçalves e Alex Lamy de Gouvea - A TUTELA INIBITÓRIA ANTECIPADA DO DIREITO BRASILEIRO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA Alex Lamy de Gouvea - A TUTELA INIBITÓRIA ANTECIPADA DO DIREITO BRASILEIRO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. Disponível em <http://www.dgsi.pt/jtre.nsf/134973db0 4f39bf2802579bf005f080b/7c52769f1dfa b8be80257e830052d374?OpenDo...>in410

Por Lucas Domingues
Advogado e Diretor de Divisão de Assuntos Jurídicos...
Advogado, inscrito na OAB-SP n° 406.038.
Adaptação Jornalista Profissional Daniel Soares MTB N° 48.125/SP