Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) que ocuparam o prédio de administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) na noite de quinta-feira, após confronto com a Polícia Militar, afirmaram nesta sexta que vão continuar no prédio até que a universidade suspenda o convênio com a PM que permite o policiamento no campus Butantã, na zona oeste de São Paulo.
O convênio foi assinado entre a reitoria da USP e a Polícia Militar em 8 de setembro, após o assassinato a tiros do estudante Felipe Ramos de Paiva, 25 anos, nas dependências do campus. Com o acordo, a PM passou a fazer policiamento ostensivo na universidade, o que aumentou as abordagens.
Em nota oficial no site do Diretório Central dos Estudantes Livre Alexandre Vannucchi Leme (DCE), o grupo, intitulado "Movimento de Ocupação", pediu a revogação do convênio, a "garantia de autonômia nos espaços estudantis" e a retirada de "todos os processos criminimais e administrativos contra @s estudantes, professores e funcionári@s" (sic).
A confusão começou na noite de ontem, após a PM flagrar três alunos portando maconha. No momento em que os policiais foram levar o trio para a delegacia, foram impedidos por estudantes. Um grupo de cerca de 300 alunos se aglomerou para protestar contra a presença policial no campus, e a polícia chamou reforço.
Os manifestantes cercaram a viatura que levava os estudantes e a polícia usou cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los. Viaturas ficaram danificadas. Os estudantes assinaram um termo circunstanciado no 91º DP e foram liberados.
O Movimento de Ocupação classificou a ação da PM de "repressão policial", "violento confronto físico", "agressões com gás lacrimogênio, spray de pimenta, bala de borracha e cassetete" e "truculência". O grupo ainda acusou o reitor da USP, João Grandino Rodas, de querer reprimir os estudantes.
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