De acordo com o R7, um policial, que não teve a identidade revelada, afirmou que o tiro fatal era para atingi-lo, mas que conseguiu se esquivar da bala a tempo, mas não pode salvar o funcionário da TV Bandeirantes. “O tiro era para mim, mas consegui desviar. Quando olhei para trás vi o cinegrafista caído”, contou o militar.
O acidente que vitimou o cinegrafista aconteceu por volta das 7h. Ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento do bairro carioca cerca de quarenta minutos após ser atingido. Porém, às 10h desta manhã, o secretário municipal de Saúde, Sérgio Cortês, informou, em nota, que Gelson já chegou ao posto médico, por “perfuração de bala na região do tórax”. O corpo do repórter cinematográfico foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Ainda não há informações sobre o velório e enterro.
Gelson, de 46 anos, deixa a esposa, três filhos e dois netos. O cinegrafista trabalhava no 'Brasil Urgente Rio' e já passou por outras emissoras como SBT, Record e TV Brasil. Em 2010, ele conquistou menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário, coma série sobre pistolagem no Nordeste, exibida no programa 'Caminhos da Reportagem'. O material foi produzido ao lado do repórter Paulo Garritano.
A morte de Gelson também foi lamentada por jornalistas. A repórter da sucursal de O Globo em São Paulo Tatiana Farah definiu o domingo como “dia triste”. Produtor da Bandnews TV, emissora de notícias da TV por assinatura, Bruno Costa Soares publicou, em seu perfil no Facebook, que seria muito difícil começar o plantão após o ocorrido, sabendo que um colega do Grupo Bandeirantes foi morto durante o exercício da profissão.
A operação policial que Domingos acompanhava tinha o objetivo de repreender o tráfico de drogas e resultou na morte de quatro criminosos e na prisão de outros oito. O Bope e o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro informaram que o traficante conhecido como Bubuca, de 40 anos, está entre os detidos, assim como o bandido chamado de China. O site do jornal Extra afirmou que os dois chefiavam o tráfico de drogas nas comunidades do Cesarão e Rola, ambas em Santa Cruz, além da região onde o cinegrafista da Band foi alvejado.
Sem a imprensa
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a imprensa não havia sido convocada para cobrir a operação, pelo risco envolvido. A polícia está investigando o caso.
O Grupo Bandeirantes de Comunicação divulgou uma nota lamentando a morte do repórter cinematográfico, na qual afirma que ele sempre foi um profissional "reconhecido pela experiência e cautela no trabalho que exercia". A empresa informa que se solidariza e prestando toda a assistência necessária à família de Gelson. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também lamentou a morte.
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