terça-feira, 29 de setembro de 2015

Perdas

Foi em 20 de novembro de 1980 que tive minha primeira perda.
O cordão umbilical que me alimentava.
O choro era constante e podia ouvir o médico cirurgião dizer: é um meninão.
Hospital São Luiz na cidade de Boituva.
Era uma quinta feira,  segundo minha primeira certidão de nascimento era 08h00m, uma bela manhã de Primavera-Verão , cidade linda, mãe linda óbvio que nasceria uma criança linda.
Belo bebê dizia meu pai numa reunião de domingo.
Como é biográfico virtualmente,  nasci em Boituva, mas, foi em Iperó que fiquei até 1 ano de vida.
Segui direto para Minas Gerais.

Nas ancas de minha mãe fiquei até meus 4 anos.
Tempo ideal para voltar a São Paulo,  desta vez na cidade de Barueri.
Fiquei lá até os 6 anos.
Quando minha família mudou para Carapicuíba.
Foi na coab 2,  que conheci o sabor da infância.
Minha irmã 10 anos mais velha que eu arrumou um trabalho numa doceria.
E no meu aniversário de 6 anos ela me deu um bolo de Ana Maria de presente.
Quando como Ana Maria de baunilha,  automaticamente,  vem aquela cena na minha cabeça.

Entre amigos do prédio e da escolinha brincava até entardecer.
Lembro de ver com eles o por do Sol de cima do Morro aonde hoje é o hipermercado Extra no centro da cidade de Carapicuíba.

Era o por do sol mais lindo que já vi.

Após aproximadamente dois anos minha segunda perda mortal.
A demolição dos apartamentos.
Subi, junto com minha família para a Rio Branco, perto do Balão.

Lá conheci pessoas novas entrei pro primário.
Primeira série na Escola EdiSuko Sakamoto. Professora Nereida.
Foi demais.
Brincava e corria como um pássaro livre.

Aos 8 anos em 1988 perdia o colo da minha mãe.
Nascia Deivid Rodrigo Soares de Macedo,  o primeiro neto.
Fruto da relação adolescente da minha irmã com o seu namoradinho da época Sidney Almeida dos Santos.
Ambos menores.

Em 1 ano após ver aquela coisinha dando os primeiros passos, meu ciúme se transformou em amor.
Dali só crescia a parceria.
É como meu irmão caçula.
Amo como tal,  mais as vezes tenho que lembra-lo que sou seu tio e que nem podemos ter muita intimidade.

David e eu fomos apresentados a música na primeira apresentação musical no Pátio Ciane em Sorocaba.
Entre instrumentos e cantores,  David e eu ficávamos encantados com aquele universo.
Daí fui fazer curso de canto e Deivid de instrumentos.

Entre idas e vindas do interior para a grande São Paulo,  foi na cidade de Carapicuíba que passei a maior parte ds minha adolescência.

Entre um grupo de amigos:
Alessandro Galdino Danila Branbilla, Márcio Anselmo,  Maria José , Fabiana Martins,  Luiz Carlos Barcala , Patrícia Oliveira,  Miguel Neto,  Rodrigo,  Vivian Alves,  Leandro Lopes,  Samuel,  Marcit , Renato Mateus,  Ivair Ferreto , Denilson Costa,  João Firmino,  Fernanda Mofarrej,  Oba , Jackson,  Ketu,  Roberto Soares e Bob, entre outros.

Até os 16 anos foram com essas pessoas que andava.

Era novembro de 1998 quando Renato Mateus deu uma festa da espuma em sua casa.

Foi demais, todos molhados de espuma dançando ,bebendo e nos divertindo muito.

Marcit loiro dono de um par de Olhos azul esverdeado era o sonho de consumo do anfitrião.  Kkkk.
Mas, Marcit sempre com a educação e o bom gosto em alta não deixou se levar.

Aos 17 anos já em Sorocaba, apenas, alguns continuei tendo contato.
Soube por terceiros que Marcit havia sido assassinado em um escadão perto da sua casa.
Aquilo chocou e deixou Leandro Lopes mau pois eram melhores amigos,  assim,  fiquei sabendo que Leandro veio trabalhar como modelo na Cidade de Sorocaba.

Em 1999 ganho o concurso da boate badalada da zona norte de Sorocaba.

Tentei o mesmo na boate do centro da cidade.  Mas fiquei em segundo lugar.

Com o passar do tempo fui percebendo que não perdia pessoas, coisas e lugares.
Perdi o mais importante aquele momento feliz.
Foi ai que comecei a escrever e registrar tudo.

Márcio Anselmo foi o rival do bairro.
Tínhamos os mesmo gostos, gostávamos das mesmas coisas,  mas, eu possuía coisas que ele odiava. Minha letra, minha inteligência nos estudos e minha falta de timidez.  Ele ficava em ódios observatório vendo e ouvindo como eu falava depressa e bonito.
As palavras certinhas, fruto das leituras,  uma vez que quando fui morar No apartamento na Rio Branco eu mais ficava em casa estudando e lendo do que na rua envolto as pipas, rolimãs,  bolinhas de gude e fliperama.

Márcio era balconista e filho da criatura Dejaniro, dono, do bar do Jardim Planalto, logo Márcio se convenceu que poderíamos ser amigos, pois, eu sempre ia no bar do pai dele e ele me atendia no balcão.
Numa noite de quarta feira,  após o seriado anos incríveis que passava na Tv Cultura,  sentei no muro da casa dos meus pais e avistei Márcio Anselmo se aproximando.
Lembro que naquela noite ele confiou em mim e contou de suas aventuras.
Dali percebi que estava ganhando a confiança de alguém,  então pensei é amizade.
Daquele dia em diante era possível ver constantemente Márcio e eu sentados na calçada conversando.
Bailes,  quermesse,  festas de amigos estávamos sempre juntos.
Foi no Parque dos Paturis que conhecemos as melhores pessoas no mundo na época.
Adolescência fervilhando e foi lá que descobrimos que existia um mundo que existia pessoas como éramos.
Adolescentes rebeldes e ativistas.
Seres Humanos , sua minoria de caráter e princípios.
Márcio e eu encaixavamos na minoria.

Lembro que numa madrugada de Sábado,  ao sairmos do Bar Angel no kM18 em Osasco,  um grupo de 20 amigos aproximadamente fomos dormir na casa do Márcio.

Ele sempre muito receptivo,  ato adquirido eu acho por trabalhar como balconista.
Era sempre simpático.

Ele preparou a mesa de café da manhã mas farta que já vi.

Entre esfomeados e éticos tomamos nosso dejejum, como ele dizia.

Muito vivemos,  até Márcio casar com 19 anos e morar em um apartamento na Vila Mariana.  Capital de São Paulo.

Foi em Maio de 2010 que Márcio foi a minha casa no momento na Rua Pico da Bandeira no Jardim Planalto, pela última vez.
Em 4 de Julho do mesmo Ano aos 26 anos de idade Márcio Anselmo dos Santos Faleceu no Hospital Hemílio Ribas, vítima de uma toxoplasmose.

Foi como perder um pouco da minha juventude.

Seguimos a vida.

Entre os amigos da adolescência,  íamos muito em bares e casas noturnas.
As famosas boates.
Tinha uma em especial que ficava na Barra Funda, chamada Anjo Azul que 1 anos depois se tornaria a famosa Blue Space.

Lá quando fui a primeira vez, foi com Leandro Lopes , um apaixonado assim como o Márcio e eu pelo Vôlei.
Leandro era moreno claro,  cabeça sempre bem raspadinha.  Dono de uma cabeça de causar inveja nos cabeçudos.
Redondinha e pequena.
Ele tinha 17 anos e eramos donos de barbas serradas que deixava algumas pessoas excitadas.
Leandro me levou numa madrugada de sábado no Dark Room da Blue e foi naquela noite que namorei a noite inteira uma pessoa muito bacana.
Amor de verão kkkkk.

Era quase 05h30m da madrugada, quando nosso grupo de amigos se encontrou na entrada da boate e seguimos até a estação do metrô.

Após este episódio,  mais uns 6 aconteceriam.

Todos muito bem vividos.

Após minha estadia em Sorocaba quase não vi Leandro Lopes. Leandro além de sonhador era funcionário do IPT na USP.
Lembro que nos dias de folga pegávamos nosso book e íamos atrás de trabalho de modelo.

Não ficamos famosos,  mas éramos celebridade no nosso meio.
Quando fomos fazer nosso primeiro desfile no Litoral em São Vicente,  no retorno estávamos bronzeados,  Leandro com aquela postura de Lord Inglês e eu dono de um par de Olhos esverdeado causamos na inauguração do Bar Fernando Mofarrej.

Todos nos queriam (risos) .

Ano este 1997.
No auge Bjork, scatman Jonh , Maraih Carey,  Whitney Houston colocava a galera pra mecher o esqueleto.

No segundo ambiente,  os velhos curtiam Legião Urbana,  Capital , Prince,  Elton John,  Engenheiros do Havai,  plebe rude e outros.

Chamávamos aquela trupe de mariconas.

Leandro e eu aquela dia conhecemos Marcelo do Pirceng,  isto,  porque ele tinha um pirceng na língua.

Ele tinha acabado de chegar de Londres.
Passamos a frequentar sua casa na Vila Gustavo Correia.

Marcelo era branco como papel, alto e com os cabelos e olhos bem escuros.

Marcelo era DJ.
Com ele conheci o Blues e o Jazz de Tina Charles, Sara Fitzgerald,  Glória Gaynor,  James Brow,  entre outros.

Lembro que gostamos de sentar no Parque dos Paturis e cantar
Bizarre love tru de Frente.

Era demais.

Em Fevereiro deste ano (2015) Leandro Lopes faleceu no hospital São Camilo , vítima de pneumonia.

Mas,  uma grande perda.

É como digo,  vão se os dedos e ficam os anéis.

Hoje é 29 de Setembro de 2015,  e muito pode acontecer.

Boa noite e até mais perdas naturais!

Como falei do Marcelo do Pirceng quero falar um pouco sobre nossa amizade momentânea.
Foi quando passei no vestibular pra jornalismo que fui dar a notícia para o Marcelo em sua casa na Vila Gustavo Correia.
Lembro bem da sua casa,  um sobrado escuro e sombrio,  no interior sempre estava seus pais e algumas sua única irmã,  funcionária da prefeitura de Carapicuíba na época.

Algumas vezes lanchei na mesa com eles.
Marcelo tinha a confiança de seu pai e sempre combinava que iria a discoteca, como diziam,  mas com o cuidado preciso pra quem nada de mau acontecesse.
Lembro do seu pai tirando da carteira dinheiro e dando para o filho se divertir.
Neste mesmo dia,  já era quase 19h00m , quando Marcelo me chamou para ir ao parque encontrar os amigos.
Eles de certa forma souberam que estava na cidade e alguns se reuniram para me receber.
Quando chegamos no parque estava também a Camila a transSex amiga de Roberta Close. Camila tinha acabado de chegar da Itália.
Foi fazer a tão esperada cirurgia.
Aquele reencontro foi bom pois revi Leandro, Márcio,  Miguel,  Oba,  Samuel , chapane , Ivair.
Márcio e eu conseguimos carona até nossa vila.
Subiu com a gente: Marcelo, Leandro, Chapane,  Miguel,  Bia e Ivair.
Lembro que apresentei minha irmã à eles.

Lembro que no terceiro ano da faculdade,  estava eu retornando da redação do jornal que trabalhava e encontrei Marcelo na estação.  Me convidou pra ir a sua casa tomar um lanche e ir pra casa noturna A Loka , localizada, na Frei Caneca.
Neste dia conheci um amigo de Marcelo,  muito estranho por sinal. Eles falavam muito em inglês e eu quase não entendia.
Estávamos em um ponto de ônibus em Alphaville aguardando um burguês,  amigo deles que nos levaria de carro até a boate.
Umas 21h00m aproximadamente o tal amigo do carro chega acompanhado por outro amigo.
Todos bem acomodados fomos rumo a loka.

Chegamos as 21h40m , ficamos num bar ao lado bebendo até dar 23h00m para entrar.

Foi tempo de ir ao banheiro,
Quando voltei Marcelo disse que o amigo dele pagou para ele entrar.
Eu disse tudo bem e fiquei ali.
As 04h00m da manhã indo pra estação fui assaltado.
Outro DejaVi,  fui a delegacia fiz o BO e desta vez embarquei no ônibus Vila Dirce que passava na Rebouças e me deixava próximo de casa.
Cheguei em casa exausto.
Tomei um banho e dormi a manhã e a tarde inteira.

Após este episódio, Marcelo me encontra e finge não me ver.
Eu não corro atrás.
Ele sabe como me encontrar.

Foi em Dezembro de 1998 que a boate Base nos Jardins, próximo da Paulista era o auge da diversão.
Uma casa noturna linda e de uma big estrutura.
Foi lá que conheci nas pistas dançando o ator Luiz Fernando.
Na época ele era conhecido pelo seriado TV pirata e o ator Diogo Vilela que na época era o vidente da novela suave veneno,  ambos da programação da Globo.

Esta noite eu lembro que era madrugada de sexta pra sábado.

No sábado pra domingo,  fomos a uma filial da Blue Space chamada de Blue Space boy show no bairro do Arouche,  famoso Arouche.
Bairro de festas no apartamento do Carlos, um lord amigo do Ivair.
Lembro que ele presenteou seu amigo Ivair com o cd do Belchior e 2 anos mais tarde Carlos morre dentro de seu apartamento no Arouche,  vítima de um infarto.
Carlos fumava demais e já estava com 59 anos quando faleceu.
Lembro de uma festa em seu apartamento,  em que assisti pela primeira vez o show da Cher por Dvd.
Entre drink s e conversas inteligentes,  entramos madrugada adentro nos divertindo.

Após a morte do Carlos,  Ivair me deu o CD do Belchior pra que guardasse.
Aprendi a amar ouvir e saber mais do Belchior.

Lembro que ouvi tanto que quando comecei a cantar nas madrugadas de Sorocaba, gostava de cantar suas canções.

Então, na Blue Space boy show, do Arouche,  conheci o ator Cássio Escapin que interpretava o Nino do Castelo Ratimbum.

As noites com a tchurma era sempre bacana e divertida,  dali firmamos um acordo de sempre que saíssemos passaríamos sempre na Padaria Bella Paulista,  na avenida Paulista.
E assim é.

Uns 4 meses atrás, num frio repentino desse inverno desregulado deste ano,  fui convidado a tomar sopa na Bella Paulista e Obviu que fui.

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