sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O amor é tão longe...

Perdi-me do nome,

Hoje podes chamar-me de tu.

Dancei em palácios, Hoje danço na rua.

Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,

De que serve voltar?
Quando se volta p'ró nada?

Eu não sei se um Anjo me chama, Eu não sei dos mil homens na cama E o céu não pode esperar.

Eu não sei se a noite me leva, Eu não ouço o meu grito na treva, E o fim vem-me buscar.

Sambei na avenida, No escuro fui porta-estandarte, Apagaram-se as luzes,

É o futuro que parte.

Escrevi o desejo, Corações que já esqueci,

Com sedas matei E com ferros morri.

Eu não sei se um Anjo me chama, Eu não sei dos mil homens na cama E o céu não pode esperar.

Eu não sei se a noite me leva, Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.

Trouxe pouco, Levo menos, E a distância até ao fundo é tão pequena, No fundo, é tão pequena,
A queda.

Ah, E o amor é tão longe, tão longe... E a dor é tão perto!

Autor Pedro Abrunhosa
Texto Balada de Gisberta

Nenhum comentário:

Postar um comentário