quinta-feira, 16 de junho de 2011

Será se desta vez vai?

Marcos Damigo, o Hugo de "Insensato Coração" (Rede Globo), não sabe se seu personagem vai beijar Eduardo, interpretado por Rodrigo Andrade, mas torce por isso. "O assunto está em pauta. A bola foi levantada e eu quero ser o ator a fazer esse gol. Não é possível que um beijo seja algo tão agressivo", falou ao site "SRZD".
Ele diz que não entende o paradoxo que existe dentro da própria emissora. "Há uma política institucional que dá a entender que não haveria beijo gay nas novelas. Por outro lado, os autores tem a intenção de gravá-lo, porque dá ibope", diz Marcos, que lembrou o beijo que Gisele Tigre e Luciana Vendramini gravaram para "Amor e revolução", do "SBT". "A audiência aumentou no dia do beijo", diz.

O ator acompanha fóruns na Internet para ver o que o público fala sobre o casal e, por enquanto, só tem lido comentários positivos. "Quem é contra geralmente é por causa de ignorância, por não saber o que é isso. O que está se desenrolando para Hugo e Eduardo é uma história romântica, com afeto, então o beijo não seria sexualizado, escandalizador. Não acho que ofenderia tanto e ajudaria a desmitificar isso", opina.

Para Marcos, a novela está ampliando os horizontes e quebrando preconceitos, por isso ele acha que é o momento certo para que o beijo aconteça. "Tem gente que fala que isso não é coisa para criança ver. Qual o problema? Se ver, deveria ser algo natural. É ingenuidade achar que alguém vira gay porque viu dois homens se beijando. Se fosse assim, não existiriam homossexuais. Isso não faz o menor sentido", diz o ator, que conta ainda que tem dois amigos que foram criados pelo tio gay e são heterossexuais muito bem resolvidos.

Além do mais, a novela tem uma classificação etária, que por si só já alerta para que os pais tirem as crianças da frente da TV. Portanto, para Marcos, esse argumento não é válido. O problema é o público conservador. "É difícil a televisão confrontar isso, porque ela lida com a audiência, diretamente relacionada aos lucros. Mas isso vem mudando", acredita.

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